segunda-feira, 22 de março de 2010

O Enigma de Kaspar Hauser


O Filme “O Enigma de Kaspar Hauser” trata de uma história peculiar de um garoto que viveu preso em uma cela até os seus 15 anos. Este personagem não sabia andar, falar e nem tinha noções da existência de seres humanos ou da natureza, até que é abandonado em uma praça de Nuremberg, na Alemanha.

A partir daí, o garoto mostra não ter noção de perigo, do que poderia ferí-lo e nenhum sinal de susto. Alguém que nunca teve contato com objetos, costumes, sociedades, não poderia de fato, identificar tais coisas e associá-las a algo bom ou ruim. Hauser havia sido privado dos estereótipos culturais que estimulam a percepção e o conhecimento.

O rapaz se mostrou muito inteligente, e logo começou a aprender música, jardinagem e até mesmo tricô. No entando mostrou enorme dificuldade em entender valores e tabus da sociedade como a fé em Deus e a rígida lógica. Foi então, submetido à uma contradição, onde por um lado incentivavam-no a raciocinar e pelo outro tentavam lhe impor valores e costumes sem que ele pudesse questionar.

Apesar dessas confusões, Kaspar Hauser inventou uma história com elementos conhecidos pouco a pouco durante sua vida. A história se tratava de uma caravana guiada por um cego que seguia pelo deserto. Os viajantes, porém, param ao ver montanhas bloqueando o caminho. O guia cego, após provar a areia diz que as montanhas são apenas criação dos nossos olhos, e que na verdade não existiam. A Caravana sobrepõe as montanhas e chega à cidade. A história é somente o começo, pois Hauser estava apenas começando a viver, não sabia como era a vida na cidade, se socializando.

Analisando essa pequena história, podemos associar Kaspar Hauser a um cego do mundo até conhecer o lado fora da cela. Na sua longa viagem pelo deserto no aprendizado ele viu vários problemas, obstáculos que o deixavam desanimado com a vida, às vezes fazendo-o preferí-la na época em que era preso. Mas Hauser sempre se esforçava para ultrapassar suas montanhas, em busca da cidade, que seria finalmente conseguir entender a sociedade e poder fazer parte dela como um cidadão comum.

O caso de Hauser mostra que a “humanização” do homem (entendida naquela época como socialização padronizada) é apenas uma consequência de um longo processo de aprendizado com um grupo social. Um ser humano privado disso durante a vida não poderia ser obrigado a se comportar nestes moldes.

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